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terça-feira, 26 de abril de 2016

Computação para Crianças

Computação para Crianças antes dos 3 anos de Idade? Autor: Site de Dicas, Alberto Silva Filho [1] Hoje, mais de que nunca, precisamos ficar atentos aos novos condicionamentos patológicos que a mídia despeja todos os dias dentro de nossas casas... "A autoalienação tem início quando acreditamos em tudo, e o pior de tudo, sem questionar nada..." Progresso tecnológico não significa necessáriamente progresso consciencial, nem uma melhor qualidade de vida, basta que se veja a degradação cada vez maior do meio ambiente em troca de uma insaciável fome por recursos para alimentar esse mesmo "progresso"... Computação para Crianças A criança se torna confiante quando recebe tarefas que podem ser realizadas... O presente artigo foi baseado no resultado de um estudo realizado por pesquisadores em educação a pedido de três grandes corporações do ramo de Software nos Estados Unidos, entre 1998 e 2003. Elas são pioneiras no ramo do Software Educativo, embora algumas já nem existam mais. Foram elas, Broderbund Software, Knowledge Adventure e Byron Preiss Multimedia. E há atualmente uma forte onda oportunista cujo postulado é: "A criança de hoje é mais inteligente porque já nasce imersa num mundo de tecnologia de ponta." E para os defensores desse "projeto conceitual", inteligência se resume a saber teclar com desenvoltura mensagens nas redes sociais, assim como estar apto a navegar, mesmo que sem direção, em meio ao imenso acervo de informações que disponibiliza a Rede Mundial. Por isso, os grandes fabricantes de utilitários eletrônicos, tais como Smartphones, Teblets, e outros, impedidos que foram de fazer publicidade diretamente dirigida ao público infantil, seu alvo da vez, agora apelam emocionalmente aos pais, na verdade uma forma indireta de alcançar seu alvo original. Daí o apelo de que tecnologia nas mãos de crianças, na verdade dos bebês, é um caminho necessário para se criar uma nova geração de crianças prodígio. Precisamos ficar atentos a tudo isso, uma vez que novos estudos apontam exatamente o contrário. Agora já se sabe que informação virtual demais torna o sujeito de menos. Isto é, não precisamos mais pensar, nem refletir sobre um assunto qualquer, uma vez que se, alguém já fez isso antes, basta copiar e colar. Resultado? Um jovem que perde aos poucos sua capacidade crítica, e ganha uma mente cada vez mais preguiçosa, apática, adepta da acomodação, partidário da lei do menor esforço, facilmente condicionável, um perigo para o seu próprio futuro existencial. De qualquer modo, a presente matéria tem a intenção de mostrar que essa preocupação já existia há 15 anos atrás, por isso vale uma análise e reflexão. Criança merece respeito... De uma coisa já se sabe, crianças que nessa faixa etária, ou seja, abaixo dos três anos de idade, são levadas a estudar contra sua vontade, quase sempre desenvolvem uma forte aversão pelo estudo, e o pior de tudo, sua autoestima fica comprometida. É quase certo que no futuro venham a ter problemas sérios de personalidade, tais como insegurança e inconsistência em seus interrelacionamentos. Profissionais e pesquisadores da área de educação, concordam agora que estas crianças melhor se desenvolvem quando não sofrem pressão e estão livres para explorar o mundo analógico ao seu modo. Então, como devemos nos comportar diante da recente enxurrada de softwares educacionais e brinquedos eletrônicos destinados ao público infantil de todas as faixas etárias, cuja promessa é revolucionar o modo tradicional de ensino, fazendo mesmo o papel de pais e educadores substitutos? Bom, antes de tudo, fique de olhos abertos! Um promete ensinar números; outro, letras, cores, formas geométricas e partes do corpo humano, para crianças já a partir dos 6 meses de idade. Outro, de forma bizarra e irresponsável, garante que crianças entre 2 e 3 anos já são autossuficientes quando o assunto é manipular computadores, Smartphones e Gadgets de última geração, para entender letras, números, música e vocabulário, assim como compreender a vida, suas distorções e antagonismos. Enfim, garantem, são os gênios dos novos tempos, e já se mostram capazes de discernir sobre o que desejam para construir seu futuro, etc., etc. Cuidados especiais e alerta... Inicialmente, qualquer software para crianças de 6 meses é um completo absurdo, pois sequer são capazes de enxergar com distinção as coisas à sua volta. Ocorre que seu sistema sensorial ainda é carente de quase tudo, e agem primariamente, nessa fase, como legítimos autômatos, mas sem autonomia. Isso quer dizer que, crianças nessa idade já sabem imitar, mas não sabem por que o fazem. Sabem reagir a estímulos, mas são incapazes de avaliar se são nocivos ou benéficos para sua formação cognitiva. Mas, já são capazes de criar vínculos de dependência emocional e psicológica, com sensações, pessoas e objetos. Trata-se de uma fase crítica onde seu cérebro busca recursos para criar as primeiras sinapses que ligam as experiências sensoriais às suas respectivas origens. E nesse escopo se inclui o desejo por explorar para ver como as coisas funcionam. Por isso precisam interagir com humanos para aprenderem a se tornar humanos. Lembre-se, elas são humanas apenas virtualmente, em potencial, uma vez que ainda nada conhecem do mundo, das necessidades e dramas da vida em sociedade. Isso elas aprenderão de outros humanos, e a qualidade de sua formação psicológica, inteligência, senso de moral e ética, vai depender da fonte de onde irão extrair esse conhecimento. Só um humano é capaz de ensinar outro humano a viver a experiência humana. A criança precisa tocar, apalpar, aprender sobre o espaço e a consistência concreta de todas as coisas do seu entorno, tropeçar, sentir, experimentar as leis físicas de forma natural enquanto vasculha sua mesologia; aprender a pensar a partir da análise objetiva dos fatos, a discernir sobre o errado ou certo, sobre aquilo que acrescenta e sobre aquilo que representa um retrocesso existencial. Por isso mesmo, asseguram os pesquisadores em educação, pelo menos os verdadeiros e sérios, que crianças nessa idade não precisam de computador, pois elas deverão trabalhar a sensibilidade e desenvolver suas habilidades naturais através de atividades que reforcem os sentidos; precisam do contato com as coisas concretas. Mesmo as crianças na faixa etária entre 2 e 3 anos poderão ser prejudicadas, uma vez que deixarão de exercer atividades normais, essenciais para seu desenvolvimento físico e emocional. A partir disso poderão desenvolver, além de doenças próprias do Stress adulto e sedentarismo, dificuldades para relacionar-se com outras pessoas, carência emocional profunda, suscetibilidade às patologias depressivas, e uma evidente indiferença e falta de interesse para com as coisas e problemas do mundo real. E tudo isso já podemos constatar entre nossos jovens, onde as psicopatologias, caracterizadas por um vazio interior e falta de lastro emocional para suportar as vicissitudes da vida já representam importantes obstáculos para um desenvolvimento psicossocial equilibrado. Daí os vícios, a falta de objetivos consistentes, a ausência da automotivação criativa, cujos desdobramentos negativos são óbvios. Mas, ainda temos tempo de impedir que o mesmo aconteça com os mais pequenos. A Criança e o Software... Entretanto, o software infantil pode ter seu espaço em casa, se for usado como processo complementar, e não como substituto para compensar outras carências. Deve ser visto como uma ferramenta lúdica e usado com moderação consciente. Mas "essa ferramenta" deve ser escolhida com muita cautela e critério técnico. Aqui não vale o que está escrito nas entrelinhas da propaganda ou marketing do produto, ao invés disso, procure por ajuda especializada, mas, escolha bem esse profissional. Prefira alguém sabidamente qualificado e que seja de sua inteira confiança. Um aplicativo virtual não é capaz de substituir a autêntica abordagem cognitiva, afinal de contas, criança precisa interagir com outras crianças, aprender através dos pequenos conflitos, enfim, vivenciar dissabores e sabores e com isso criar um lastro consistente para ser capaz de enfrentar, mais tarde, os grandes e inevitáveis conflitos próprios da vida em comunhão. Como ferramenta educacional, o software ou aplicativo deverá ser avaliado quanto aos supostos benefícios que irão proporcionar ao pequeno usuário. Uma criança sem nenhum repertório cognitivo é alvo fácil de manipulações, condicionamentos patológicos, e desenvolvimento de traumas, inconscientes e conscientes, difíceis de descartar depois. Por isso é preciso conhecimento técnico e acima de tudo bom senso na hora de fazer essa escolha. Nem tudo que se apresenta como ferramenta didática é ferramenta didática. Na verdade são raros os casos onde essa afirmação é correta. No entanto, não são raros os engodos, a falsa publicidade, e até mesmo os estudos apresentados por especialistas patrocinados, cuja função é convencer pais, educadores, e até mesmo corpos docentes especializados, de que seu produto é atestado e eficaz. Mesmo para uma criança maior, acima de 5 anos, a cautela deve ser a mesma. Primeiro aprender sobre o mundo real, convívio olho no olho, toque pessoal, problemas concretos, e aos poucos inserir a ferramenta cibernética, não como uma solução para todos os problemas, ou mesmo para compensar carências afetivas, mas apenas como o que realmente é, ou seja, um recurso facilitador para algumas tarefas. As vezes, se bem direcionado, de forma consciente, poderá ser usado como apoio para pesquisas verdadeiramente úteis e mais sérias. Só não devemos sucumbir, sem duvidar, das campanhas publicitárias, que, ao elegerem as crianças como público alvo da vez, estão apenas tentando criar um novo nicho de mercado para distribuir seus produtos, muitas vezes lixos virtuais que, como instrumentos cognitivos, não servirão para absolutamente nada. Mas, para distrair e criar indivíduos dispostos a não pensar, serve. Conclusão: Uma ferramenta educacional virtual voltada para essa faixa etária, de fato, praticamente não existe, mas, como já foi dito antes, existem as falsas promessas. Não caia nessa, duvide de tudo, prefira o modo educativo tradicional, e depois de mais crescidos, avalie cada nova investida dessa indústria, suas novas abordagens, sua tática de guerrilha de criar falsas necessidades, falsos tutores pedagógicos virtuais, e o pior, com o apoio de muitos especialistas patrocinados. Existe mesmo um mercado de especialistas, na verdade são grupos financiados pelos fabricantes de softwares, aplicativos e acessórios eletrônicos, cuja função é disseminar falsos e convenientes estudos que atestam, não apenas a qualidade dos seus produtos, como também demonstrando através de estatísticas fictícias o quanto são eficientes seus métodos pedagógicos, ou propostas didáticas. Uma cognição se consolida a partir da autoexperimentação, não há outro meio. E em meio a tudo isso os aportes, inclusive os cibernéticos, são bem vindos, desde que usados com critério e bom senso; desde que realmente tenham valor, que demonstrem através de fatos seus benefícios. Promessa, ou recurso didático algum será capaz de construir, ou injetar, um repertório cognitivo significante em uma criança, se ela não faz uso do insubstituível esforço pessoal, do contato presencial com as situações do dia a dia, sejam experiências desagradáveis ou agradáveis, afinal de contas, tudo isso faz parte do viver, viver não virtual. Em tempo, para uma reflexão, eis a frase de um publicitário, antes de começar a elaborar uma nova campanha: "Precisamos convencer o comprador de que realmente ele precisa do novo produto, e o mais importante, fazê-lo crer que está fazendo essa escolha porque esta é sua vontade."

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